
O sistema de escrita alfabética (SEA) refere-se à forma como realizamos a leitura e a escrita. Tanto professores quanto alunos precisam compreender esse processo. O professor deve entender como ensinar e processar essa aprendizagem, enquanto o aluno, seja criança ou adulto, precisa desvendar esse “mistério” que é a escrita e a leitura.
Para começar, é importante entender que aprender a ler e escrever não é processo natural e que ensinar a ler e escrever exige o desenvolvimento e o estímulo de diversas habilidades e percepções. Um equívoco comum é pensar que a escrita vem antes da leitura. Na verdade, primeiro compreendemos a leitura, e a escrita é uma representação dessa compreensão. Portanto, a escrita é a manifestação gráfica da leitura.
Então, o que exatamente é o SEA? Tudo o que escrevemos ou lemos está fundamentado, inicialmente, na nossa fala, que é silábica. Falamos palavra por palavra, sílaba por sílaba. A escrita, no entanto, é alfabética, ou seja, escrevemos letra por letra e lemos a combinação dessas letras.
Para entender a escrita, é necessário mais do que apenas conhecer as letras e seus nomes. No SEA, o importante não é o nome da letra, mas a sonoridade que ela representa. Afinal, o sistema de escrita alfabética na língua portuguesa é um sistema fonográfico, parte da representação dos sons. Ou seja, para aprender a ler é necessário compreender os sons da fala e como esses sons são representados pelas letras.
Existem etapas que as crianças devem seguir para trazer consciência sobre a escrita. É um processo consciente e ativo, em que elas se descobrem por meio de estímulos fornecidos. Não é algo que acontece naturalmente; são necessárias instruções explícitas e sistemáticas para que as crianças possam se apropriar desse conhecimento.
Por exemplo, se uma criança deseja escrever a palavra “MALA”, ela precisa entender que ao falar essa palavra, percebe que ela é composta por sons específicos representados por letras. Quando a criança ouve “MALA”, ela deve ser capaz de decompor os sons em suas partes constituintes e representá-los graficamente.
Algumas crianças podem começar a representar o SEA ao compreender a sonoridade das palavras, escrevendo letras que correspondem aos sons que ouvem. Por exemplo, ao escrever “MALA”, podem inicialmente escrever “A” e “A” ou “M” e “L”, mostrando que estão fazendo uma conexão entre som e escrita.
Cada vez que a criança se apropria mais do SEA, ela se aproxima de uma escrita totalmente alfabética, onde consegue representar todos os sons que percebe na palavra. Cada criança precisa entender que para escrever, primeiro deve pensar no que está falando. Este processo de reflexão sobre a escrita é o que chamamos de hipóteses de escrita, conforme conceituado por Emília Ferreiro e Ana Teberosky no livro Psicogênese da língua escrita.
Compreender o SEA é crucial para que as crianças possam se expressar através da escrita. É um processo que requer tempo, paciência e as estratégias certas, tanto por parte dos professores quanto dos alunos.
Tem alguma dúvida sobre o SEA? Deixe nos comentários!


